Alex

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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Por que preciso batizar o meu filho quando criança?

Por Pe. Paulo Ricardo. O Catecismo da Igreja Católica, em seus números 1250 e seguintes, explica claramente o motivo pelo qual a Igreja tem o costume de batizar as crianças, mesmo das que não chegaram à idade da razão: "Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se Filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento." (1250) Algumas pessoas, cujo modo de pensar assemelha-se aos dos protestantes, poderiam querer saber onde consta essa determinação na Bíblia. A eles, dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus e precisa ser estudada e amada como tal. Contudo, a Igreja Católica Apostólica Romana não é a religião de um livro. É a religião de uma pessoa real, concreta, Jesus Cristo, o qual permanece vivo ao longo desses dois mil anos em sua Igreja, que é embasada também na Tradição e no Magistério. Desta forma, "a prática de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início da pregação apostólica, quando ‘casas’ inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças" (1252), é o que continua ensinando o Catecismo da Igreja Católica. O Batismo é o sacramento da iniciação cristã. Em 20 de outubro de 1980, o Papa João Paulo II publicou a Instrução da Congregação da Doutrina da Fé "Pastoralis Actio", justamente sobre o batismo de crianças. Eis: "As palavras... faladas por Jesus a Nicodemos, a Igreja sempre as entendeu assim: ‘as crianças não devem ser privadas do batismo’. Essas palavras têm, com efeito, uma forma tão geral e absoluta que os Padres as retiveram para estabelecer as necessidades do batismo, e o Magistério as aplicou expressamente ao batismo das crianças: também para elas , este sacramento é a entrada no povo de Deus e a porta da salvação pessoal. Por isso, mediante sua doutrina e práxis, a Igreja mostrou que não conhece outro meio senão o batismo para assegurar às crianças a entrada na eterna bem-aventurança... Que as crianças ainda não podem pessoalmente professar sua fé não impede que a Igreja lhes confira este sacramento, porque é na própria fé da Igreja que ela as batiza. Muito importa lembrar, antes de tudo que o batismo das crianças deve ser considerado uma incumbência grave. As perguntas que dela surgem para os pastores podem ser resolvidas somente com uma atenção fiel à doutrina e à prática constante da Igreja. Concretamente, a pastoral do batismo das crianças deverá inspirar-se em dois grandes princípios: 1 - O batismo, necessário para a salvação, é sinal e instrumento do amor da parte de Deus, que nos liberta do pecado original e comunica a participação na vida divina: por si, o dom destes bens às crianças não deve ser adiado. 2 - É preciso providenciar garantias para que este dom possa desenvolver-se mediante uma verdadeira educação da fé e da vida cristã, de modo que o sacramento alcance sua ‘verdade’ total. Estas garantias normalmente são proporcionadas pelos pais ou por parentes, ainda que sejam possíveis diversos modos de supri-las na comunidade cristã. Mas se estas garantias não são sérias, poderá haver uma razão para adiar o sacramento; se as garantias são certamente nulas, recuse-se o sacramento." (DH 4670-4674) O batismo é um sacramento e como tal, imprime um caráter indelével em quem o recebe, ou seja, imprime uma marca. O Código de Direito Canônico, reconhecendo, em uníssono com a Igreja, o define como: "Cân. 849 O batismo, porta dos sacramentos, necessário na realidade ou ao menos em desejo para a salvação, e pelo qual os homens se libertam do pecado, se regeneram tornando-se filhos de Deus e se incorporam à Igreja, configurados com Cristo mediante caráter indelével, só se administra validamente através da ablução com água verdadeira, usando-se a devida fórmula das palavras." E normatiza quanto ao batismo de crianças que: "Cân. 851: A celebração do batismo deve ser devidamente preparada: 2° - os pais da criança a ser batizada, e também os que vão assumir o encargo de padrinhos, sejam convenientemente instruídos sobre o significado desse sacramento e aos obrigações dele decorrentes; o pároco, por si ou por outros, cuide que os pais sejam devidamente instruídos por meio de exortações pastorais, e também mediante a oração comunitária reunindo mais famílias e, quando possível, visitando- as." A Igreja, portanto, entende a importância desse sacramento para a salvação da pessoa e procura garantir os meios necessários para que que isso aconteça, de fato. Mesmo que a pessoa - sendo criança - não tenha entenda a profundidade do que está ocorrendo, o que se dará numa etapa posterior, com a catequese. Aquele que não é batizado, mesmo sendo um bebê, encontra-se sob o poder do Inimigo, fora da graça de Deus. Como a mãe zelosa que é, a Igreja não poderia deixar de oferecer e ministrar o remédio - o batismo - aos seus filhos, garantindo que possam ser contados entre o número dos filhos de Deus. Para os protestantes, aqueles mesmos que querem saber onde está a determinação do batismo das crianças na Bíblia, o batismo é apenas um símbolo, não muda nada, não arranca a pessoa das garras de Satanás. Mas, para nós, católicos, o batismo é a porta da salvação, como diz o CDC. Por isso é tratado com a máxima gravidade. Os pais católicos que entendem a dimensão e a profundidade desse ato cuidam para que seus filhos o recebam o quanto antes. Já para aqueles que acham que é somente mais uma ocasião de festa, esses podem esperar. Mas esta, certamente, não é a fé católica. Fonte: http://padrepauloricardo.org/episodios/por-que-preciso-batizar-o-meu-filho-quando-crianca

O Sacramento da Reconciliação – VII

Por Pe. Henrique Soares da Costa Vejamos, agora, de modo breve, como deve ser celebrado este Sacramento. O Catecismo recorda, com muito acerto, que qualquer sacramento é celebração da Igreja toda, sendo, portanto, uma ação litúrgica. É um erro grosseiro pensar que se confessar é “bater um papo” com o padre ou ter uma conversa para pedir conselho ou mesmo desabafar... Não! Confessar-se é celebrar litúrgica e sacramentalmente a misericórdia de Deus na nossa vida e na vida da Igreja, da qual fazemos parte e somos membros. Na Reconciliação, o fiel, reconhecendo-se pecador, procura o perdão de Deus e da Igreja na pessoa do seu ministro. O ministro, por sua vez, nada mais é que um canal de Deus e da Igreja e seu representante, por quem o perdão será dado. Então, não se trata aqui de um acontecimento meramente privado, ao sabor dos sentimentos e das simpatias! Diz o Catecismo - e o Papa insistiu com força no Motu Proprio Misericordia Dei, da Páscoa de 2002 – que “a confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o fiel, consciente de pecado grave, é reconciliado com Deus e com a Igreja”. Então, sejamos claros e sinceros: a chamada “confissão comunitária” não é o modo normal de confissão. No seu Motu Próprio deste ano, o Papa afirma isso com clareza e força. Nós não podemos fazer de conta que não temos nada a ver com isso! Gostando ou não, padres e leigos devemos obedecer! Não nos esqueçamos do ministério de Pedro na Igreja de Cristo! E o Papa deixa claríssimo que nenhum padre pode fazer uma leizinha sua sobre o modo de administrar a Penitência! Os Sacramentos foram confiados à Igreja e somente esta pode regular sua administração e celebração! O lugar normal e próprio para a Celebração da Reconciliação é o espaço sagrado, isto é as igrejas, capelas e oratórios. Mas, por razões pastorais, pode-se celebrar a Reconciliação em outros locais, desde que de modo digno e respeitoso. É necessário que cada igreja tenha um horário determinado para a confissão e que haja também um local próprio para a celebração do sacramento. Na confissão individual, dita também “auricular”, o sacerdote acolhe o penitente, exorta-o ao arrependimento, recordando-lhe a misericórdia do Senhor. Depois, o penitente confessa os seus pecados; a confissão é seguida de conselhos do sacerdote e de uma penitência, que o sacerdote propõe ao penitente. Finalmente, é dada a absolvição e, com um convite a louvar o Senhor, o sacerdote despede o fiel. É bom observar que o sacerdote, ao administrar o Sacramento da Penitência, pode estar vestindo a batina com ou sem sobrepeliz (= aquela espécie de túnica branca ou creme curtinha, que vai até o joelho do padre, sobre a batina) ou, então, vestido com a túnica com a estola. Caso o padre esteja de clergyman ou com roupa civil, não deve usar a estola. Esta é somente usada sobre a túnica ou a batina. E a celebração comunitária da Reconciliação? Primeiro, é necessário distinguir entre celebração com confissão e absolvição individuais e a celebração com acusação genérica, sem confissão e com absolvição comunitária. Quanto à primeira forma, a Igreja a incentiva: uma celebração penitencial da qual a Comunidade participe é muito desejável. Aí, começa-se a celebração com um canto, a leitura da Palavra de Deus, um exame de consciência feito pelo celebrante e um salmo de penitência. Depois, cada penitente procura um confessor, confessa seus pecados, recebe os conselhos e o perdão e volta ao seu lugar. Quando todos terminam, cantam um hino de ação de graças pela misericórdia de Deus. É um modo belíssimo de celebrar, como Igreja, o perdão do Senhor! O outro modo de realizar a celebração comunitária é mais problemático. Aí se faz tudo como no primeiro modo, com uma diferença importante e grave: os penitentes, após o exame de consciência não confessam seus pecados ao sacerdote: simplesmente manifestam seu arrependimento, recebem a absolvição geral e uma penitência, que o celebrante dá a todos. A questão que surge é a seguinte: quando é possível e lícito realizar este tipo de celebração. O Catecismo e o Papa, no documento deste ano, acima citado, afirmam claramente: não é lícito celebrar a Reconciliação comunitária simplesmente porque há muita gente para confessar-se. As pessoas poderiam procurar outros horários e outros locais para a confissão. Segundo o Papa, tal tipo de celebração somente é permitido em perigo grave de morte dos penitentes ou no caso de aqueles penitentes não terem outra oportunidade de se confessarem num período razoavelmente breve. Então, não é lícita a chamada confissão comunitária nem com dia e hora marcados e nem mesmo nos tempos de Quaresma e Advento, quando a procura pelo Sacramento é maior. As normas são estreitas e rígidas, é verdade... mas estas são as normas vindas do Sucessor de Pedro e é necessário, a bem da verdade e da sincera adesão às orientações da Santa Sé, acatá-las. Em caso de dificuldades, os padres podem sempre procurar, juntamente com o Bispo, uma solução satisfatória para o modo de celebrar convenientemente o Sacramento. Assim, concluímos nossa apresentação do Sacramento da Reconciliação. Vale a pena terminar, recordando a belíssima fórmula de absolvição sacramental, que revela de modo admirável o sentido do Sacramento: “Deus Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados, Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito + Santo”. Fonte http://www.domhenrique.com.br/index.php/sacramentos/penitencia/212-o-sacramento-da-reconciliacao-vii-

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Tráfico de pessoas. Vergonha

Poucas semanas antes de sua vinda ao Brasil, em julho passado, o papa Francisco esteve na ilha de Lampedusa, já próxima da África, no sul da Itália; ali aportam numerosos prófugos da miséria e da violência, procedentes da África e de outras partes do mundo, sonhando com a vida na Europa. Muitos, de fato, nem conseguem chegar à terra firme e naufragam, ou são abandonados pelos modernos mercadores de escravos no meio do Mediterrâneo em barcos abarrotados e sem o mínimo respeito à sua dignidade. Isso, depois de terem pago caro a alguma organização criminosa pelo transporte e pela promessa de visto e emprego no lugar de destino. Milhares acabam morrendo e jogados ao mar, nada diferente do que acontecia durante séculos com os navios negreiros no período colonial. O Papa jogou flores ao mar para lembrá-los; ao mesmo tempo, rezou pelos que pereceram e confortou sobreviventes; e denunciou o tráfico de pessoas como uma atividade ignóbil, uma vergonha para sociedades que se dizem civilizadas. Diante dessa questão, os governos muitas vezes ficam indiferentes ou sem ação. Francisco conclamou a todos à superação da “globalização da indiferença”. Desde tempos imemoriais, o tráfico de pessoas era praticado amplamente e até aceito, geralmente, em vista do trabalho escravo. O Brasil conviveu por séculos com a escravidão de índios e africanos; estes últimos eram adquiridos, traficados e comercializados como “coisa” num mercado vergonhoso, mas florescente. Foram necessários séculos para que a escravidão fosse formalmente proibida e abolida. Um progresso civilizatório! Mas o problema voltou, se é que já havia sido erradicado de maneira completa. A forma contemporânea de escravidão é bem mais difundida e grave do que se poderia imaginar e está sendo favorecida pela globalização das atividades econômicas ilegais e clandestinas. Hoje, como no passado, essa atividade criminosa envolve organizações e redes nacionais e internacionais, com altos ganhos a custos e riscos baixos para os traficantes. O tráfico de pessoas é praticado em vista de vários âmbitos da economia, legais e ilegais, como a construção civil, a agricultura, o trabalho doméstico, o entretenimento, a exploração sexual e, mesmo, a adoção ou a comercialização de órgãos. As vítimas, geralmente, são atraídas por promessas de trabalho e emprego, boas condições de vida em outras cidades ou países. Com freqüência, o tráfico de pessoas está ligado ao fenômeno das migrações e à permanência ilegal e precária em algum país. Capítulo especialmente doloroso representa o tráfico de crianças e adolescentes, praticado por redes que envolvem pequenas vítimas do mundo inteiro. Entidades não-governamentais, que acompanham esta questão, estimam que, na década de 1980, quase 20 mil crianças brasileiras foram levadas para a adoção no exterior; constataram-se numerosos processos fraudulentos nessas adoções. No Brasil, há denúncias de tráfico de crianças e adolescentes destinados à exploração sexual; e continua grande o contingente de crianças de 7 a 14 anos de idade exploradas no trabalho infantil. Algumas características do tráfico humano já foram estudadas. Antes de tudo, ele envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores, lavagem de dinheiro... Há rotas nacionais e transnacionais do tráfico de mulheres para a exploração sexual, de trabalhadores ilegais, de crianças, de órgãos. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste. O tráfico de pessoas é abastecido por hábeis e convincentes aliciadores, que induzem suas vítimas e as envolvem numa rede, que lhes tira a autonomia e da qual dificilmente conseguem se libertar. Geralmente, há uma boa proposta de emprego e renda no aliciamento. Por ser um crime invisível e silencioso, seu enfrentamento é difícil; as vítimas geralmente não denunciam, uma vez que elas passam a viver em situação de risco e de constrangimento. Além da vulnerabilidade social e econômica, elas têm sua dignidade degradada. Como enfrentar essa chaga social, que representa um verdadeiro retrocesso cultural e civilizatório? Apesar da gravidade do problema, apenas recentemente ele começou a ser enfrentado seriamente pela sociedade. A partir da segunda metade do século 20, a escravidão no âmbito do trabalho forçado imposto pelas guerras começou a ser debatida em fóruns internacionais, de modo especial na Organização Internacional do Trabalho e na ONU. Com o avanço da globalização, alastrou-se ainda mais o tráfico de pessoas, mas também a consciência sobre a necessidade de normas adequadas e eficazes para combater esse tipo de crime. Em 1999, a ONU realizou a Convenção de Palermo, contra o crime organizado transnacional e seus protocolos estão em vigor desde 2003. O Brasil adotou essa Convenção em 2006; desde 2008 tem o seu próprio Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Há numerosas iniciativas de organizações da sociedade civil que se dedicam ao enfrentamento do tráfico de pessoas. A Igreja também tem suas pastorais voltadas para essa problemática. Em 2014, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoverá, no período que precede a celebração da Páscoa, a Campanha da Fraternidade sobre o tema do tráfico de seres humanos. Será uma boa ocasião para uma tomada de consciência mais ampla sobre as dimensões e a gravidade do problema e para suscitar iniciativas e decisões para enfrentar essa vergonhosa chaga social em nosso País. Por Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo http://www.cnbb.org.br/articulistas/cardeal-odilo-pedro-scherer/13127-2013-11-09-11-55-38

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – 24 de novembro de 2013 Os filhos do Rei , herdeiros do Universo inteiro • Este o último domingo antes do ciclo de um novo ano cristão (Advento e Natal). Ciclo é “círculo”, isto é a linha que dá um volta desenhando uma roda no Tempo. E o tempo é a linha que sai de um ponto, anda e vai, anda e vai, como uma roda que gira até reencontrar sua origem. Foi dentro desse esquema circular de “saída e retorno” que o genal filósofo-teólogo do século 13 construiu sua Suma Teológica. • A 1ª.parte trata de Deus como Criador e de sua criação. A Parte Segunda considera um movimento de retorno da criatura racional para sua origem. Ao pressupor que a finalidade última vida é ver o rosto de Deus, nesta parte Tomás analisa o agir humano (a 2ª.Parte é subdividida em “atos humanos em geral” e “em particular”). A última e Terceira Parte da Suma é dedicada ao estudo do Cristo, que é o Mediador ou caminho para voltar a Deus. À 3ª.parte se acrescenta um Suplemento. O movimento de “saída e retorno”, visto sob o enfoque moderno da Evolução. • Numa outra linguagem, 700 anos depois de Tomás de Aquino, o místico (também era cientista e procurava unir a reflexão teológica com os dados das ciências) Teilhard de Chardin (1881-1955) constroi também um modelo teológico de origem e finalização: mostra que a humanidade se insere numa longa evolução cósmica cuja origem está no Criador e para ele converge. Ele vê (cf. “Meu Universo”, 1924). na Encarnação do Cristo, o ponto para o qual converge a história do universo (após os quase 14 bilhões de anos, como contabilizam as teorias científicas atuais). O Cristo pode ser chamado “o Cristo evoluindo” pois a encarnação continua no correr dos tempos – é o que anunciam são Paulo e são João nos seus escritos – e assim escreve Teilhard na “A vida cósmica” (1916): Desde que Jesus nasceu, cresceu, morreu, tudo continuou a mover-se porque o Cristo não cessa de se formar. Ele ainda não reuniu nele as últimas dobras de seu manto de carne e de amor, formado pelos seus fiéis. O Cristo místico não atingiu ainda seu pleno crescimento, nem o Cristo cósmico. Um e outro, a uma só vez, eles são e eles vêm a ser, e no prolongamento desta gestação se encontra o último recurso para toda atividade criada. O Cristo é o Termo da Evolução, também da natural, dos seres; a Evolução é santa. Somos do mesmo sangue • O Rei Davi, no livro segundo de Samuel, vem do meio do povo: ”somos teus ossos e tua carne -- E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’” 2Sm 5,1-3 (leitura alternativa no LCR: Jr23,1-6). Em Colossenses se afirma que um de nós (o Primogênito) está na origem e na plenitude de toda a criação: Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Por causa dele foram criadas todas as coisas visíveis e invisíveis. Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, realizando a paz pelo sangue da sua cruz. Cl 1,12-20 • Assim como o rei Davi, surge do meio do povo, assim o Cristo encarnado quis ser, pela da gestação no seio de Maria, um de nós. Nós somos portanto, da mesma raça humana, do mesmo sangue real. Esse é o grande mistério anunciado pelo “Reino” do Messias segundo os evangelistas. Enquanto as elites políticas e religiosas aguardavam um Messias militar ou com poderes humanos suficientes para expulsar os romanos e reconstituir o grande Reino de Salomão e Davi, Jesus vem no silêncio de um nascimento comum e entrega sua vida sob uma coroa de espinhos. • Um de nós, nascido num ponto da história, Deus, no entanto, deu-lhe o poder sobre a morte, por meio da ressurreição que ele quer compartilhar com os seus irmãos. Cristo é rei do universo, mas Paulo o chama de “Primogênito”, o que faz de nós, seus irmãos, co-herdeiros de Cristo. Com ele somos filhos do mesmo Pai, com ele somos destinados também a reinar sobre o universo. Não por natureza nem por mérito conquistado. Por gratuidade concede-nos sua mesma vida para sermos um como ele e o Pai são um. A mesma comunhão no mesmo Espírito, a mesma “respiração” que garante a Vida divina. Neste sentido, o domínio sobre todas as coisas do Universo, ainda não está “completo” mas como que em “processo constante de construção” no seu Corpo do qual é a Cabeça (cf. Colossenses). Enquanto houver abandonados sem proteção, perseguidos sem justiça, pobres sem trabalho, doentes sem cuidados ou sem a presença de amigos; enquanto houver (cf. Mt 25), nús, famintos, exilados, explorados, prisioneiros, vítimas da violência ou da corrupção, então, o Cristo ainda não está “completo” (“venha a nós o teu Reino” – “seja realizada a tua vontade”). Os poderes da realeza • Mas a grande diferença entre os poderes deste Mundo e Cristo Rei é o tipo de domínio (reinado, poder, governo) de que estamos falando. Veio para servir e não para ser servido. Veio para falar em nome do Pai. Veio como qualquer um de nós: nascido de mulher (expressão de Paulo). Jesus de Nazaré é o rosto visível da Invisibilidade de Deus. Vive em completa sintonia com o Espírito Santo (o consolador, aquele que grita (dentro de nós e por nós) o que nem sabemos falar; o que derrama sobre nós a paz, a misericórdia, o perdão e a unidade). • O Mestre de Nazaré é único na História e foi elevado acima de todas as criaturas e de toda a criação. Por causa de sua Fé e Confiança no Pai. Por revelar o amor do Pai entregando cada minuto de sua vida a todos que o procuravam até a morte por condenação injusta. Inocente, enfrentou a morte no desprezo da cruz. • Por isso, a leitura do evangelho nesta festa de Cristo Rei não é triunfalista. O texto é realista. Apresenta, de um lado, as elites, o poder local e estrangeiro, os soldados submissos, o povo ingrato e irônico: zombavam de Jesus dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo” . De outro lado o relato de Lucas completa-se com a figura de um companheiro da mesma execução aplicada ao Cristo. Ele é símbolo de todos os seres humanos marcados para morrer. Aquele homem reconheceu a inocência de seu companheiro de condenação e a injustiça cometida: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. Jesus lhe respondeu: Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso” Lc 23,35-43. Por Profº Fernando Fonte: http://homiliadominical2.blogspot.com.br/2013/11/comentarios-proffernando_20.html

Qual é a diferença entre a bíblia católica e a bíblia protestante

A diferença entre a bíblia católica e a protestante está no Antigo Testamento, ou seja, o Novo Testamento é idêntico tanto para os católicos quanto para os evangélicos. São 27 livros, começando pelo Evangelho de Mateus e terminando no Livro do Apocalipse. Qual é a diferença, então, no Antigo Testamento? A diferença reside no cânon dos livros. Ou seja, uma diferença na lista dos livros. Para os católicos, o Antigo Testamento é formado por 46 livros, enquanto que para os protestantes por apenas 39 livros, nela estão ausentes os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (Sirácida ou Sirac), I Macabeus e II Macabeus. Além disso, faltam alguns fragmentos dos livros de Ester e de Daniel. Como isso aconteceu e quando? Ora, o católico crê que a Igreja possui um Magistério, ou seja, pessoas escolhidas por Cristo, sucessoras dos Apóstolos, que garantem que o Evangelho transmitido e a fé professada são os mesmos ensinados por Cristo ao longo do tempo. No século XVI os protestantes afastaram-se desse Magistério e o renegaram. Afirmaram, entre outras coisas, que a Igreja Católica havia se corrompido, portanto, deveriam voltar à Igreja Primitiva num esforço arqueológico para reparar o que teria sido a "traição" perpetrada pela Igreja Católica a Jesus. Neste esforço arqueológico, os protestantes descobriram que os judeus tinham uma lista diferente de livros, totalizando 39 livros. Daí para concluírem que a "terrível" Igreja Católica acrescentou os outros sete livros foi questão de tempo. Engana-se quem argumenta que foi Lutero quem retirou os sete livros da Bíblia. Foi um processo lento, no qual ele continuava a publicá-los em sua bíblia, pois tinha pleno conhecimento de que esses sete livros haviam sido acrescentados numa segunda fase. Tanto é verdade e conhecido que são chamados deuterocanônicos. Foi somente no século XIX que os protestantes decidiram abolir de vez esses sete livros do seu cânon. O Antigo Testamento foi compilado inicialmente em hebraico. O livro era formado por três partes: 1. a Torá que continha os cinco primeiros livros, também chamados de pentateuco; 2. O Neviim que continha os Profetas; 3. O Kethuvim que continha os Escritos. A diferença entre a Tanakh (Bíblia hebraica) e o Antigo Testamento adotado pela Igreja Católica estava no livro que continha os "Escritos". Interessante frisar que foi muito lento o processo de canonização desses livros. Primeiramente foram canonizados os livros da Torá, posteriormente os dos Profetas e, somente muito tempo depois os dos Escritos. Na época de Jesus o cânon da Bíblia judaica ainda não estava fechado. Portanto, os judeus, contemporâneos de Jesus, ainda debatiam sobre quais eram os livros sagrados. Por exemplo, os saduceus só criam nos livros da Torá, já os fariseus aceitavam os Profetas e os Escritos, mas não totalmente, pois achavam que a inspiração dos Escritos ainda não estava concluída. Jesus deu uma ordem aos Apóstolos: ide pelo mundo e evangelizai. Ora, o mundo daquela época falava o grego, que era o equivalente ao inglês de hoje, portanto, os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho em grego, mas como, se a Bíblia estava em hebraico? Os Apóstolos, então, passaram a utilizar uma tradução da Bíblia do hebraico para o grego denominada Septuaginta, que havia sido elaborada em Alexandria antes de Cristo. Ocorre que na Tradução dos Setenta, como também é chamada a Septuaginta, estão contidos aqueles sete livros. Ora, um biblista sério é capaz de perceber que em diversas citações do Antigo Testamento encontradas no Novo, a tradução utilizada é a da Septuaginta. Esse era o livro utilizado pelos Apóstolos. A Igreja Católica adotou-o, portanto. É verdade, também, que houve um conflito entre os cristãos e os judeus, pois estes perceberam que os Apóstolos estavam pregando o Evangelho de forma diferente e, assim, os expulsaram das sinagogas. E esse fato motivou os judeus também a fecharem o cânon dos livros sagrados, o que aconteceu no final do século I, tendo eles decidido pela exclusão definitiva daqueles sete livros que constavam da Septuaginta. Importante perceber que isso ocorreu um século após a vinda de Jesus. Desta forma, os protestantes, ao aceitarem o cânon da bíblia judaica, estão aceitando a autoridade dos rabinos judeus depois de Cristo. Muito se poderia argumentar ainda nesse sentido, contudo, para os católicos basta saber que quem define o cânon das Escrituras é a Igreja. Lembrando também que foi esta mesma Igreja quem definiu os outros 27 livros do Novo Testamento, sobre os quais não há discussão. Portanto, uma pergunta que não pode deixar de ser feita é: por que os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica que definiu os 27 livros do Novo Testamento e não aceitam a autoridade dessa mesma Igreja quanto aos 46 livros do Antigo Testamento? Até o terceiro século o cânon do Novo Testamento não estava ainda definido. Isso é histórico. Haviam muitas listas, muitas discussões acerca de quais livros deveriam ou não integrar as Sagradas Escrituras. Assim, não há argumento que justifique a postura protestante diante daquele questionamento. A atitude protestante não tem lógica. O primeiro documento da Igreja faz referência a esse canôn atual (46 livros no Antigo e 27 livros no Novo Testamento) foi o Concílio de Hipona, na época de Santo Agostinho. Infelizmente, não restaram consignados os atos desse concílio. Contudo, quase contemporâneo a Santo Agostinho, tem-se o Decretum Damasi, publicado no ano 382, que diz: "Agora tratemos das Escrituras divinas, o que a Igreja católica universal deve acolher e que deve evitar. Começa a ordem do Antigo Testamento. Gênese, 1 livro; Êxodo, 1 livro; Levítico, 1 livro; Números, 1 livro; Deuteronômio, 1 livro;, Josué, 1 livro; Juízes, 1 livro; Rut, 1 livro; Reis, 4 livros, <= Samuel, 2; Reis 2> Paralipômeno<= Crônicas> 2 livros; 150 Salmos [Saltério], 1 livro; Salamão [Salomão], 3 livros; Provérbios, 1 livro; Eclesiastes, 1 livro; Cântico dos Cânticos, 1 livro; Sabedoria, 1 livro; Eclesiástico, 1 livro. Igualmente, a ordem dos Profetas: Isaías, 1 livro; Jeremias, 1 livro; com as Cinot, isto é suas lamentações; Ezequiel, 1 livro; Daniel, 1 livro; Oséias, 1 livro; Jonas, 1 livro; Naum, 1 livro; Ambacum [Habacuc], 1 livro; Sofonias, 1 livro; Ageu, 1 livro; Zacarias, 1 livro; Malaciel [Malaquias], 1 livro. Igualmente a ordem das histórias: Jó, 1 livro; Tobias, 1 livro; Esdras [Hesdras], 2 livros <= 1 de Esdras, 1 de Neemias>; Ester, 1 livro; Judite, 1 livro; Macabeus, 2 livros. Igualmente, a ordem da Escritura do Novo e eterno Testamento, que a Igreja santa e católica [romana] reconhece e venera: dos Evangelhos [4 livros:] segundo Mateus, 1 livro; segundo Marcos, 1 livro; segundo Lucas, 1 livro; segundo João, 1 livro. [Igualmente, dos Atos dos Apóstolos, 1 livro] Cartas de Paulo [apóstolo], em número de 14: aos Romanos, 1 [ep.], aos Coríntios, 2[ep.], aos Efésios, 1; aos Tessalonicenses, 2; aos Gálatas, 1; aos Filipenses, 1; aos Colossenses, 1; a Timóteo, 2; a Tito, 1; a Filímon [Filêmon], 1; aos Hebreus, 1. Igualmente, as cartas canônicas [(cân. ep.], em número de 7: do apóstolo Pedro 3 cartas, do apóstolo Tiago 1 ep., do apóstolo João 1 ep., do outro João, o presbítero, 2 ep., do apóstolo Judas o Zelote, 1 ep. Termina o cânon do Novo Testamento." (DH 179 e 180) O Catecismo da Igreja Católica em seu número 120 e seguintes ensina sobre o cânon das Escrituras: "Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada "Cânon" das Escrituras. Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr e Lm juntos) escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento; os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de S. Paulo aos Romanos, a primeira e a segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a primeira e a segunda aos Tessalonicenses, a primeira e a segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, a primeira e a segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse, para o Novo Testamento." (120) Além disso, existem ainda mais dois documentos que citam o cânon das Escrituras. O primeiro é o Concílio de Florença, em seu Decretum pro Iacobitis, de 04 de fevereiro de 1442, que diz: "A Igreja confessa um só e o mesmo Deus como autor do Antigo e do Novo Testamento, isto é, da Lei e dos Profetas e também do Evangelho, porque os Santos do um e do outro Testamento falaram sob inspiração do mesmo Espírito Santo; e ela aceita e venera os livros deles, compreendidos sob os seguintes títulos: Os cinco livros de Moisés, isto é, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio; os livros de Josué, dos Juízes, de Rute, os quatro dos Reis, os dois dos Paralipômenos, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, Jó, os Salmos e Davi, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, os doze profetas menores, isto é, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, ois dois de Macabeus, os quatro Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, as catorze cartas de Paulo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, as duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, as duas cartas de Pedro, as três João, uma de Tiago, uma de Judas, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse de São João." O segundo é famoso Concílio de Trento que em 08 de abril de 1546 publicou o Decreto sobre os livros sagrados e as tradições a serem acolhidas. Vejamos o que diz: "O Sacrossanto, Ecumênico e Geral concílio de Trento, congregado legitimamente no Espírito Santo e presidido pelos três legados da Sé Apostólica, propondo-se sempre por objetivo que exterminados os erros se conserve na Igreja a mesma pureza do Evangelho, que prometido antes na Divina Escritura pelos Profetas, promulgou primeiramente por suas próprias palavras, Jesus Cristo, Filho de Deus e Nosso Senhor, e depois mandou que seus apóstolos a pregassem a toda criatura, como fonte de toda verdade que conduz à nossa salvação, e também é uma regra de costumes, considerando que esta verdade e disciplina estão contidas nos livros escritos e nas traduções não escritas, que recebidas na voz do mesmo Cristo pelos apóstolos ou ainda ensinadas pelos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, chegaram de mão em mão até nós. Seguindo o exemplo dos Padres católicos, recebe e venera com igual afeto de piedade e reverência, todos os livros do Velho e do Novo Testamento, pois Deus é o único autor de ambos assim como as mencionadas traduções pertencentes à fé e aos costumes, como as que foram ditadas verbalmente por Jesus Cristo ou pelo Espírito Santo, e conservadas perpetuamente sem interrupção pela Igreja Católica. Resolveu também unir a este decreto o índice dos Livros Canônicos, para que ninguém possa duvidar quais são aqueles que são reconhecidos por este Sagrado Concílio. São então os seguintes: Do antigo testamento: cinco de Moisés a saber: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Ainda: Josué, Juízes, Rute, os quatro dos Reis, dois do Paralipômenos, o primeiro de Esdras, e o segundo que chamam de Neemias, o de Tobias, Judite, Ester, Jó, Salmos de Davi com 150 salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias com Baruc, Ezequiel, Daniel, o dos Doze Profetas menores que são: Oseias, Joel, Amós, Abdías, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonías, Ageu, Zacarias e Malaquias, e os dois dos Macabeus, que são o primeiro e o segundo. Do Novo Testamento: os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, os Atos dos Apóstolos escritos por São Lucas Evangelista, catorze epístolas escritas por São Paulo Apóstolo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filemon, aos Hebreus. Duas de São Pedro Apóstolo, três de São João Apóstolo, uma de São Tiago Apóstolo, uma de São Judas Apóstolo, e o Apocalipse do Apóstolo São João. Se alguém então não reconhecer como sagrados e canônicos estes livros inteiros, com todas as suas partes, como é de costume desde antigamente na Igreja católica, e se acham na antiga versão latina chamada Vulgata, e os depreciar de pleno conhecimento, e com deliberada vontade as mencionadas traduções, seja excomungado. Fiquem então todos conhecedores da ordem e método com o qual, depois de haver estabelecido a confissão de fé, há de proceder o Sagrado concílio e de que testemunhos e auxílios servirão principalmente para comprovar os dogmas e restabelecer os costumes da Igreja." (DH 1501-1505) Portanto, diferentemente dos protestantes que seguem o princípio da sola scriptura, nós, os católicos não somos a religião de um livro. Somos a religião que crê que em uma Pessoa: Nosso Jesus Cristo, o qual está vivo e presente em sua Igreja. Esta Igreja - Católica Apostólica Romana - que celebra em sucessão apostólica os mesmos sacramentos, crê na mesma fé, nas mesmas Escrituras e que está embaixo do mesmo governo eclesiástico com o Papa e os Bispos em comunhão com ele. Como disse Santo Agostinho: "Ego vero Evangelio nos crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas" (eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja católica). Pe. Paulo Ricardo Fonte: http://padrepauloricardo.org/episodios/qual-e-a-diferenca-entre-a-biblia-catolica-e-a-biblia-protestante

domingo, 3 de novembro de 2013

Santos do dia : São Carlos Borromeu 4/11/2013

São Carlos Borromeu (* 2/10/1538 + 3/11/em Milão ) Era filho do Conde Gilberto Borromeo e de Margarete de Medici, irmã do Papa Pio IV (1559-1565), do qual era sobrinho. Carlos recebeu ótima formação humana e cristã, de forma que estudou na Universidade de Pavia e destacou-se pela facilidade de administrar e tratar as pessoas. Chamado a Roma, pelo tio Papa, São Carlos mesmo antes de receber os Sacramentos da Ordem, aceitou a nomeação e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo de Milão, num tempo em que a Igreja abria-se para sua renovação interna. Bispo que tornou-se para a Igreja um modelo de pastor e caridade, já que se consumiu por inteiro pela guarda e salvação das almas. Ele, logo após ter auxiliado o Papa e tê-lo motivado para colocar em prática todo o inspirado conteúdo do Concílio de Trento (1545-1563), assumiu com todo o ardor a missão de obedecer as decisões que levaram à contra-reforma, o qual respondia as necessidades da Igreja daquela época, e também levar a todos os fiéis da diocese de Milão para o Cristo. Determinado, foi o primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da doutrina católica; impulsionou a boa empresa e assistiu com seu zelo e apostolado santo toda a sua região além de ajudar na Evangelização de outras áreas da Europa, desta maneira deu sua vida a Deus gastando-se totalmente pelo bem dos outros e da Igreja. Sentindo-se atraído pela vida contemplativa, pensou em renunciar à arquidiocese. Mas seu amigo o Venerável Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, dissuadiu-o dessa idéia, convencendo-o de que, naquele século em que o alto Clero tantas vezes dava mau exemplo, seria melhor que ele, altamente colocado na escala social e ademais sobrinho de um Papa, desse o bom exemplo de vida santa como arcebispo. Foi o que fez São Carlos Borromeu, modelo perfeito de pastor-de-almas zeloso, que aplicou em Milão as reformas ordenadas pelo Concílio de Trento. Bento XVI a ele referindo-se 1 afirmou: Sua figura destaca-se no século XVI como modelo de pastor exemplar pela caridade, doutrina, zelo apostólico e sobretudo, pela oração. Dedicou-se por completo à Igreja ambrosiana: a visitou três vezes; convocou seis sínodos provinciais e onze diocesanos; fundou seminários para formar uma nova geração de sacerdotes; construiu hospitais e destinou as riquezas de família ao serviço dos pobres; defendeu os direitos da Igreja contra os poderosos; renovou a vida religiosa e instituiu uma nova Congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos. (...) Seu lema consistia em uma só palavra: "Humilitas". A humildade o imipulsionou, como o Senhor Jesus, a renunciar a si mesmo para fazer-se servo de todos". Carlos Borromeu é o santo protetor dos catequistas.

Solenidade de Todos os Santos

Solenidade de Ontem dia de todos os santos " A Solenidade de TODOS OS SANTOS é a festa da Vida e celebra a plenitude da Vida cristã e a Santidade de Deus manifestada em seus filhos, os santos da Igreja Celebramos, como uma antecipação e em comunhão com a liturgia celeste, a vitória daqueles irmãos nossos que superaram "a grande tribulação", e estão marcados com o selo do Deus vivo. Recordamos aqueles que vivem para sempre diante de Deus, entre os quais, se encontram nossos entes queridos que já faleceram. Nossa fé é culto à Vida, porque o nosso Deus é um Deus dos vivos e pelo Espírito nos dá a Vida em Cristo Jesus ressuscitado dentre os mortos. Por isso a festa de hoje é um convite total à alegria esperançosa, que nasce das profundezas da Vida, da aspiração da felicidade sem ocaso. A Fonte da santidade cristã é Deus: A santidade tem seu início, seu crescimento e consumação na graça de Deus, no amor gratuito do Senhor, que derrama seu Espírito em nossos corações para que possamos chamá-lo "Pai", pois nos faz seus filhos em seu Filho Jesus Cristo (LG 14,2). Portanto, a santidade não é mero produto de nosso esforço somente, nem tão pouco resultado automático da graça, mas efeito da ação de Deus. A santidade tem duas dimensões: A Santidade não é fruto do esforço humano, que procura alcançar Deus com suas forças. É ação de Deus em nós pelo dom do Espírito Santo e resposta do cristão a esse dom e presença de Deus. A Santidade cristã manifesta-se como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, especialmente com os Sacramentos. A Morada dos Santos será o CÉU, que não é um lugar, mas um estado de felicidade na presença e companhia de Deus, dos anjos e dos santos. Em que consiste, supera a nossa imaginação e entendimento: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9). "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a face" (13,12). E a ETERNIDADE não um "eterno descanso", mas vida ativa e intensa com Deus. Quem é santo? SANTO significa que não tem nada de imperfeito, de fraco, de precário. Neste sentido, só Deus é santo. No entanto, por graça de Deus, participamos da sua Santidade e nos unimos a todos os irmãos. Essa doutrina era tão viva nos primeiros séculos, que os membros da Igreja não hesitavam em chamar-se: "Santos" e a própria Igreja era chamada de "Comunhão dos Santos". O que é a Comunhão dos Santos? - "Essa expressão indica em primeiro lugar a comum participação de todos os membros da Igreja nas COISAS SANTAS: a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros dons espirituais". (CCIC 194) - "Designa também a comunhão entre as PESSOAS SANTAS, ou seja, entre as que pela graça estão unidas a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo deixado essa vida, estão se purificando ajudados também pelas nossas orações; outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja, para a glória da Trindade." (CCIC 195) Quem são os santos? - Não são apenas aqueles que estão nos altares, declarados santos pela Igreja. Não são apenas pessoas privilegiadas do passado, que já nasceram santas... - São todas aquelas pessoas que vivem unidas a Deus, construindo o bem. São pessoas normais, que no passado e no presente dão testemunho de fidelidade a Cristo" . Pe. Sérgio ( FONTE: E-MAIL )